Somos os donos de nossa história ?
- Kaioh Vinicius
- 21 de dez. de 2021
- 3 min de leitura

"O Senhor dirige os passos do justo; ele se agrada de quem anda em seu caminho. Ainda que tropece, não cairá, pois o Senhor o segura pela mão."
Salmo 37.23-24
Muito se diz por ai que somos os responsáveis por escrever nossa história, somos os protagonistas da nossa vida, chegando ao cúmulo da frase "você pode tomar a caneta da sua história da mão de Deus". O desejo que temos de ter nossa vida sob controle, de não ter imprevistos, de poder prever e superar cada detalhe e acontecimento da nossa história, é um desejo que nos acompanha desde de muito tempo, talvez desde que o homem comeu do fruto proibido.
Porém, quando nos voltamos a textos como este, percebemos que nós não temos o controle de nossas vidas. E aqui me refiro ao ser humano de forma geral mas principalmente aos cristãos chamados de Filhos de Deus. Em outra parte das escrituras lemos que quando Cristo morreu, morremos com ele, e o que significa estar morto com Cristo. Uma dos significados Paulo deixa claro, que é o de morrer para a prática constante e deliberada do pecado. Mas pensando um pouco mais sobre isso, e apoiado pelo restante das Escrituras, vemos que morrer com Cristo é morrer para nossos próprios desejos. E se não vivemos para nós, vivemos para Cristo, e se vivemos para Cristo, nossos passos, nossa vida, nossos planos são entregues e conduzidos por Deus, não que antes esse não fosse o caso, porém agora, esse é também o nosso desejo, é a nossa vontade, entregar tudo e não resistir a esse controle que nos conduz a Ele.
O autor então nos trás o resultado de ter seus passos dirigidos pelo próprio Deus. E o resultado é, ele se agrada desse caminho. Ao caminharmos espontaneamente entregando por amor e gratidão nosso caminho ao Pai, isso é para ele agradável, e eu não sei você que está lendo, mas para mim, o grande objetivo da minha vida é poder ouvir do Senhor: "Servo bom e fiel" ou "Este é meu filho em quem me agrado".
Nisso temos também o consolo de que em meio a tantos problemas, não precisamos correr contra tudo em busca de controle, não precisamos nos perder na angústia de não ter controle, mas descansar que Aquele que é muito maior do que nós tem o perfeito controle e por isso, estamos seguros.
A próxima consequência de ser guiado por Deus é que por ser ele nosso guia, nós temos a segurança de que ainda que tropecemos, não cairemos. Aqui, o salmista deixa claro que o tropeço pode ocorrer, e negar isso, é viver uma fé de fantasias onde tudo é belo, colorido e ensolarado enquanto sua fé for o bastante.
Não estamos imunes a provações, tentações e inclusive, a tropeços, pois não somos mimados, mas moldados a cada dia para sermos a imagem e semelhança de Cristo. Somos como vasos que quando necessário, são quebrados e refeitos, até que estejam prontos para uso honroso.
Dito isso, é importante dizer, o tropeço não deve ser constante na vida do justo. O verso trás a expressão "ainda que", ou em outras versões "se cair", o que indica um acontecimento ocasional. É o mesmo que dizer: "Não é o comum mas caso ocorra...", por isso o justo não vive tropeçando ainda que entenda que seu caminho depende de Deus e não dele mesmo, o justo está sujeito ao tropeço, mas antes disso, está sujeito a Deus.
O que não ocorre é a queda. Nesse caso o autor do Salmo é direto e diz que essa não ocorrerá, justamente por estar sendo guiado por Deus e por ser Ele o responsável por mantê-lo de pé no caminho.
Deus pode não impedir o seu tropeço, apesar de ser dito que sempre que somos tentados, Deus nos providência um escape para resistirmos, mas depende de nós resistir e escapar do que nos faz tropeçar, essa responsabilidade é apenas nossa, e não do Criador, porém ele não nos deixará cair definitivamente, pois depende inteiramente dele a nossa salvação.
Soli Deo Glória.
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